Mario Rigatto nasceu em Porto Alegre, em 12/1/1930. Filho de Arthur Rigatto e Anna Luiza Pillmann Rigatto. Fez seu curso primário no Grupo Escolar General Daltro Filho, o ginásio no Instituto de Educação e o científico no Colégio Estadual Júlio de Castilhos. Na Faculdade de Medicina de Porto Alegre, integrou a chamada Turma Cinqüentenária, por ser a quinquagésima turma por ela treinada.
A partir de 1951, freqüentou a Enfermaria 29 da Santa Casa de Misericórdia, do Prof. Rubens Maciel, onde veio a construir a maior parte de sua carreira médica. Estagiou na Universidade Cornell (Hospital Bellevue e Hospital New York) na área de Medicina Interna (1958) e, nos dois anos seguintes, na Universidade Columbia (Hospital Presbyterian). Voltou ao exterior em 1966 , como Professor-Visitante, na Universidade de Londres (Hospital Hammersmith) e, a seguir, na Universidade de Estocolmo (Hospital Karolinska). Em 1991, nova viagem, sempre como Professor-Visitante: Universidade Pennsylvania (Hospital Pennsylvania), em Philadelphia; Universidade McMaster (Hospital McMaster), em Hamilton, Canadá, e Universidade de Londres (Hospital Hammersmith).
Inicialmente praticou clínica de adultos e crianças para depois concentrar-se em clínica de adultos na área de cardiopneumologia. A maior parte de sua atividade clínica desenrolou-se nos hospitais universitários (Santa Casa de Misericórdia, por 35 anos, e Hospital das Clínicas da UFRGS, por 15 anos) assim como nos hospitais universitários do exterior que freqüentou por um tempo total de seis anos.
Foi Instrutor Voluntário (1957), Instrutor (1961), Professor Assistente (1961), Adjunto (1966), Titular (1987).
Em 1961, prestou Concurso de Docência Livre em Clínica Propedêutica Médica e preparou tese para disputa de uma de duas vagas que ocorreriam nas cadeiras de Clínica Médica do Prof. Thomaz Larangeira Mariante e do Prof. Antonio Saint-Pastous.
Dos seis candidatos em cogitação à época, era o mais moço sendo que todos os demais haviam sido seus professores. A reforma universitária fez com que nenhum concurso ocorresse na Universidade por 25 anos. Rigatto veio a disputar a titularidade no primeiro concurso realizado após este longo interregno. Nesta ocasião, dos 14 candidatos à posição, era o mais velho e todos os demais haviam sido seus alunos. Rigatto foi o primeiro Professor na área clínica da medicina a se dedicar integralmente ao ensino e à pesquisa universitária em todo o sul do Brasil, o que ocorreu a partir de 1961, quando retornou de seu estágio em New York.
Foi Coordenador de Pós-Graduação stricto sensu, Chefe de Departamento e Vice-Reitor da Universidade. Coordenou o grupo de trabalho que organizou o primeiro curso de Pós-Graduação sensu stricto na área médica no sul do Brasil: o curso de Mestrado em Pneumologia, inaugurado em 1972, dele tendo sido, por oito anos, Coordenador. Possui 380 publicações entre artigos científicos, ensaios, capítulos de livros, livros e teses. Participou de 280 simpósios e proferiu 1.100 conferências. Foi fundador, e, por 10 anos, Presidente do Conselho Superior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) e, em várias ocasiões, assessor técnico do CNPq, da CAPES e do Ministério da Saúde. Atuou como membro de diversas diretorias da Sociedade de Medicina de Porto Alegre, hoje Departamento de Medicina Interna da AMRIGS. Participou ativamente da organização das três primeiras jornadas médicas do Rio Grande do Sul (Santa Maria, 1954; Porto Alegre, 1955; Santana do Livramento, 1956). Foi Presidente da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul (1965-66),Vice-Presidente da Associação Brasileira de Educação Médica, ABEM (1974-76), fundador e 1º Presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (1978-1980), Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (1985-1987).
Foi fundador e Presidente do Departamento de Fisiologia Cardiovascular e Respiratória (DFCVR) da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Foi, por mais de uma gestão, membro do Conselho Regional de Medicina. Compôs, em vários mandatos, a Comissão de Educação Médica e, ou, a Comissão de Luta Anti-Tabágica da Associação Médica Brasileira. Em 1991, foi eleito para a Academia Nacional de Medicina onde ocupa a Cadeira nº 15, que tem como patrono Clemente da Cunha Ferreira. É membro do American College of Physicians (USA) e da Medical Research Society (UK).
Proferiu, a partir de 1966, conferências e cursos que fizeram parte do movimento inicial em favor do exercício físico e concedendo ao rádio e à televisão entrevistas sobre os malefícios do fumo. Estas atividades foram consideradas básicas para a instalação da 1ª Campanha contra o Tabagismo, no Brasil, sob a égide da Associação Médica do Rio Grande do Sul . Foi o fundador e 1º Presidente (1983-1988) do Comitê Latino-Americano; Coordenador do Controle do Tabagismo (CLACCTA).
Foi o fundador e 1º Presidente do Comitê Coordenador do Tabagismo no Brasil (1988-1992). Foi o fundador e 1º Presidente do Comitê Coordenador do Controle do Tabagismo no Rio Grande do Sul (desde 1997). O terceiro tema de saúde pública de seu interesse é a velhice, área na qual vem atuando desde 1980.
Foi paraninfo dos doutorandos de 1968, homenageado de várias outras turmas médicas. Recebeu dez prêmios, entre eles o Prêmio Nacional de Cardiologia (1968); o Prêmio Nacional de Ciências Médicas (1969); por duas vezes, prêmios da Academia Nacional de Medicina (1966 e 1971); e um “Special Citation Award” da American Cancer Society (1987, USA). Foi agraciado com a ordem do Mérito Médico – Classe Oficial, pelo Ministério da Saúde (1988). Seu nome foi epônimo para uma nova espécie fóssil descoberto em solo argentino: Rigattoptera ornellasae, n.g.n.sp. (1996). No Brasil, fora do Rio Grande, um instituto clínico de Pneumologia e duas unidades de tratamento respiratório intensivo, em hospitais universitários, levam o seu nome. Foi biografado em “Who’s Who in the World”, Chicago, Marquis, edições de 1971, 1975 e 1999 (no prelo).