Destacado entre os médicos do interior do RS para compor o quadro seleto
de fundadores da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina, Nilson Luiz May nasceu em Santa Cruz do Sul em 1940. Os pais Armindo Rodolfo e Leolita Cecília mudaram-se para Caxias do Sul, onde fez os estudos do primário ao científico na Escola Lassalista Nossa Senhora do Carmo. Aos 14 anos foi convidado para ministrar aulas noturnas para adultos.
Cumpriu a função remunerada até os 17 anos, ao ingressar em 1958 na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), graduando-se em 1963. Realizou regime de internatos, estágios e experiências nas enfermarias da Santa Casa, Hospital de Pronto Socorro, Hospital Presidente Vargas e Hospital Ernesto Dornelles, além de concursado para praticar atendimentos no SAMDU, que proporcionaram-lhe intensa vivência na prática médica. Iniciou sua carreira como médico generalista nos hospitais de Vila Progresso e Marques de Souza, até transferir-se para Lajeado, em 1967, quando obteve o título de especialista em Gastroenterologia.
Desde então desenvolve ativa participação que corrobora um processo de liderança continuada nas entidades de classe, ocupando, no decorrer de sua história, vários cargos eletivos, como presidente da Sociedade de Medicina do Alto Taquari, presidente do Corpo Clínico do Hospital de Lajeado, membro do Conselho de Representantes da Associação Médica do RS (AMRIGS), delegado da Associação Médica Brasileira (AMB) em quatro gestões, membro do Conselho de Educação da AMB, coordenador do Programa de Educação Médica Continuada da AMRIGS, participante do grupo pioneiro do Exame AMRIGS-AMB, candidato a presidente da AMRIGS e a vice presidente da AMB, fundador e presidente da Unimed Vales do Taquari e Rio Pardo, presidente da Unimed Federação/RS, e presidente da Unimed Participações S.A, em São Paulo.
Entre suas publicações, figuram dezenas de artigos e comentários sobre exercício profissional da medicina, política de saúde, assistência médica, cooperativismo, dentre outros. Também proferiu palestras, conferências e mesas-redondas. Autor do livro “Pelos (des)caminhos da medicina assistencial brasileira – Crônica & Perspectivas”, publicado em 1996, e do capítulo “Mercado de Trabalho Médico”, do livro Guia da Medicina, publicado em 1998. Organizador nacional do “Compêndio de Cooperativismo Unimed”, lançado em setembro de 1998.
Na Literatura, seu segundo ofício, tem uma trajetória que começou com a publicação de textos em suplementos literários, como Caderno de Sábado (Correio do Povo), Caderno Literário de Minas Gerais e Revista Charrua, de Moçambique. Tem estudos e publicações sobre Literatura Africana de Língua Portuguesa. Em narrativas de ficção, tem contos e crônicas premiadas em concursos, como APESUL – Revelação Literária em setembro de 1980. Participa em antologias de contos premiados. É autor dos seguintes livros: “Terra da Boa Esperança” (Tchê, 1989), “Céus de Pindorama” (Ws, 2000), “A Máquina dos Sonhos” (AGE, 2008), “Inquéritos em preto-e-branco” (Mercado Aberto, 1995, indicado ao Prêmio Jabuti em nível nacional), “Misterioso Caso da Repartição Pública” (Sulina, 2010), “Última Chamada” (Scriptum, 2012), “Bosque da Solidão” (Scriptum, 2017) e O Leão da Calábria” (Scriptum, 2022).
Membro titular da Associação Gaúcha de Escritores e da Academia Rio-Grandense de Letras. Também dá seu nome à biblioteca do Hospital Parque Belém.