Pesquisar

Cadeira 12

Carlos Huberto Wallau

Filho de Huberto Wallau, médico, e de Helena Menezes Wallau, nasceu em Porto Alegre, a 23/8/29. Os avós, Carlos Wallau e Moysés Alves de Menezes, e o tio, Bruno Marsiaj, são patronos da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina. Também são ou foram médicos os tios, Ruben Menezes e João Paulo Corrêa Soares, assim como o primo, Mário Hortêncio Silva, e o cunhado, Roberto Pinto Ribeiro. Formado pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre, em 17/12/53, pertence à Turma Cinqüentenária. Os formandos escolheram Celso Aquino como paraninfo, constando, entre os outros homenageados, os nomes dos professores Décio Martins Costa, Ivo Corrêa Meyer, Álvaro Barcellos Ferreira e Paulo Tibiriçá, todos patronos da Academia, além de Rubens Maciel, duas vezes titular.

Durante o primeiro ano se expôs aos desafios a que é submetido todo médico solitário, no interior, substituindo temporariamente os chefes de hospitais em Roca Sales e Feliz. Retornando a Porto Alegre, passou a trabalhar, pela manhã, no Serviço de Oncologia e Cirurgia Menezes-Wallau, e, à tarde, na Cadeira de Anatomia Patológica da Faculdade de Medicina de Porto Alegre. O Serviço de Oncologia e Cirurgia foi o primeiro na América Latina a contar com curieterapia, conforme pesquisa de Neiro Motta. Criado por seu avô materno, já falecido, era chefiado por seu pai, que tinha, como primeiro assistente, seu tio, Rubem Menezes. Sediado no Hospital São Francisco, o Serviço contava também com a 17ª Enfermaria da Santa Casa, e estendia a todos os pacientes da Irmandade, inclusive indigentes, atendimento idêntico, na área particular do próprio Serviço. 

Com a súbita e prematura morte do pai, retornou, após novo concurso, por um ano, ao Pronto Socorro Municipal, onde já fora interno. Trabalhou no primeiro Pronto Socorro particular de Porto Alegre. No serviço do Hospital São Francisco passou a assistente de Bruno Marsiaj,com afinidade, trabalharam juntos por mais de 15 anos. Reuniu, na época, credenciais para seu primeiro título de especialista da Associação Médica Brasileira, como cirurgião. O professor Paulo Tibiriçá, catedrático da Faculdade de Medicina e titular da seção de anatomia patológica do Laboratório Geyer, convidou-o para ser também assistente no serviço privado, onde foi colaborador por mais de dez anos.

Na Faculdade, prestou provas de suficiência para Auxiliar de Ensino e, em concurso público para o cargo de patologista, do estado do Rio Grande do Sul, ratificou a função que temporariamente exerceu. Lecionou ainda na Escola de Enfermagem da UFRGS e na Faculdade de Odontologia da PUC. Nesses cursos, como em duas oportunidades na Faculdade de Medicina, foi homenageado pelos formandos.

Recebeu o título de patologista da Sociedade Brasileira de Patologia, da Associação Médica Brasileira. Devido a exigências institucionais de incompatibilidade, foi obrigado a devolver o título de cirurgião. Embora de apreciável habilidade operatória, dilemas de diagnóstico fizeram-no renunciar à clínica, passando a dedicar-se exclusivamente à patologia, onde era cada vez mais exigido. Aprimorou-se na patologia transoperatória. A convite do Departamento de Cirurgia, promoveu, em caráter voluntário, a sistemática de sessões anatomoclínicas. Foi convidado pelo professor Fernando Carneiro para assumir a Patologia Pulmonar no Pavilhão Pereira Filho. Foi professor no curso de Pós-graduação em Pneumologia da UFRGS e, por designação especial da Direção da Faculdade, reorganizou, no HCPA, o Serviço de Anatomia Patológica, do qual foi chefe durante mais de seis anos. Criou, em 1965, com a Drª. Gisela de Sousa del Pino, o Laboratório de Anatomia Patológica de Porto Alegre. A crescente demanda no laboratório exigia dedicação exclusiva e precipitou sua aposentadoria na UFRGS. Ao completar 30 anos de atividade, o Laboratório de Anatomia Patológica encerrou suas atividades, preservando, contudo, por cinco anos, o arquivo, conforme estabelece o estatuto da Sociedade Brasileira de Patologia. Por dois períodos, foi presidente do Departamento de Patologia da Associação Médica do Rio Grande do Sul. Foi eleito por aclamação o primeiro presidente da Associação dos Patologistas do Rio Grande do Sul (APERGS).

Sentiu-se premiado pela sua escolha como titular da Academia Sul-rio-grandense de Medicina, entre cujos patronos figuram seu pediatra, Carlos Hofmeister; seu amigo, José Luiz Tavares Flores Soares, e os clínicos da família, João Lisboa de Azevedo e Thomaz Mariante, aos quais tributa sua gratidão. Casado com Ingrid Berner Wallau, tem quatro filhos casados e seis netos.