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A solidariedade coletiva como ferramenta terapêutica para reconstruir vidas e o RS

Ao dar as boas-vindas aos presentes no Teatro da Unisinos, na noite fria de terça-feira (25), a Presidente da ASRM, Acadêmica Miriam da Costa Oliveira, agradeceu a disponibilidade dos Acadêmicos Gilberto Schwartsmann, José de Jesus Camargo, Emilio Moriguchi e o Emérito Fernando Lucchese que, ao lado da professora Dvora Joveleviths, protagonizaram o painel “Como ter saúde e esperança em tempos difíceis?”.

Sublinhando o caráter beneficente do evento realizado pela Academia com apoio da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), Unisinos, Instituto Ikigai Senior e Agência Wexo, destinado a arrecadar recursos para o Instituto Floresta repassar aos atingidos pelas enchentes no estado, a Acadêmica destacou o momento de aprendizado e boa convivência que a noite prometia.

No palco, na atividade classificada como talk show pela Presidente da ACPA, Suzana Vellinho, os convidados revelaram um comportamento comum a todos diante da tragédia: os cinco acorreram a abrigos para dar assistência médica às pessoas que perderam suas moradias, seus bens e, por vezes, parentes próximos e animais de estimação. Diferente do que aconteceu durante a pandemia da Covid-19, quando as pessoas ficaram isoladas em seus sofrimentos individuais por restrições sanitárias, desta vez muitos procederam de modo solidário, impulsionados pelo desejo de ajudar o outro. Cada um dos médicos, que são referências em suas especialidades, contou vários episódios marcantes que viveram nesta rotina extra e inesperada.

Esta prática da solidariedade liderada pela sociedade civil gerou uma unanimidade entre os palestrantes e quem se manifestou na plateia, como o vice-presidente da ASRM, Acadêmico Sérgio de Paula Ramos, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter e a idealizadora dos Parceiros Voluntários Maria Elena Johannpeter: graças a esta corrente do bem, há uma forte esperança em mudanças positivas para a reconstrução do RS. “É uma oportunidade única de se construir um Estado novo e moderno”, aposta Gerdau.

A esperança não vem do verbo esperar, mas de esperançar, que significa ação para buscar soluções, segundo ponderou Lucchese. Não é o pior de alguns, mas o melhor da maioria exposto mais agudamente na catástrofe que legitima esta esperança, na opinião de Camargo. Para Moriguchi, que realiza trabalhos voluntários no Brasil e no Japão, e que jamais imaginou vivenciar situação similar à da vida em abrigos de flagelados, a lição foi sofrida, mas reforça a ideia do valor imprescindível do coletivo para mudar algo. Schwartsmann considera que não se pode deixar de exigir proteções estruturais das instituições públicas para enfrentar crises climáticas, cada vez mais recorrentes. A Dra. Dvora ressaltou que a bondade humana que produz o acolhimento essencial na hora da dor ultrapassou as fronteiras do estado e até do país; do Japão à Austrália, muitos colaboraram e continuam colaborando com o povo gaúcho.

A Direção da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina (ASRM), através da Presidente Miriam da Costa Oliveira, manifestou grande satisfação por promover o evento científico com motivação beneficente “Saúde e Esperança em tempos difíceis”, realizado na terça-feira, 25, no teatro da Unisinos em Porto Alegre. A Acadêmica agradeceu a ajuda imprescindível dos parceiros, Associação Comercial de Porto Alegre, Instituto Ikigai, Agência Wexo e Unisinos, aos convidados palestrantes que abrilhantaram o encontro e, sobretudo, aos que compareceram e fizeram doações para que o Instituto Floresta possa repassar aos atingidos pelas cheias.

Painelistas:

Dr. José Camargo – Ex-Presidente e Membro titular da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina, Cirurgião Torácico e Professor Emérito da UFCSPA.

Dr. Emílio Moriguchi – Membro titular da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina e Professor da Faculdade de Medicina da UFRGS.

Dr. Gilberto Schwartsmann – Ex-presidente e membro titular da ASRM e da Academia Nacional de Medicina.

Dra. Dvora Joveleviths – Hepatologista, Professora da Famed – UFRGS, Coordenadora do PPG de Gastroenterologia e Hepatologia e Coordenadora do Núcleo de Estudos sobre Riscos Químicos e Biológicos.

Dr. Fernando Lucchese – Acadêmico e Membro Emérito da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina, Chefe da Cardiologia e Diretor dos Hospitais São Francisco, Santo Antônio e Nora Teixeira da Santa Casa de Porto Alegre.

Cobertura jornalística: André Pereira
Fotos: Agência Wexo