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Academia Nacional de Medicina visita o RS


Encontro histórico reúne acadêmicos cariocas e gaúchos

O encontro científico da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina, no mês de setembro, foi especial. Pela primeira vez, membros da Academia Nacional de Medicina estiveram presentes em uma sessão fora da sede da entidade no Rio de Janeiro. O Rio Grande do Sul foi o escolhido para tal honraria. A sessão foi aberta pelo presidente da ASRM, Gilberto Schwartsmann, que deu as boas vindas aos convidados e destacou a alegria em recebê-los em nossa Academia. Em seguida, o presidente da Academia Nacional de Medicina, Jorge Alberto Costa e Siva, passou presidir o evento. Ele afirmou que o encontro estava entre os mais destacados da medicina brasileira e elogiou a hospitalidade gaúcha. Além disso, Costa e Silva defendeu ser fundamental o uso das novas tecnologias para o avanço da profissão médica.

A primeira palestra do encontro foi “Atualização sobre as Guanilinas”, com o Prof. Dr. Manassés Claudino Fonte. O acadêmico ressaltou que os peptídeos novos ativam a guanilatociclase ligado à membrana e encontrados nos rins e no intestino. O renomado profissional revelou que mais de cinco milhões de crianças morrem de desidratação no terceiro mundo, a maioria provocada por esta toxina. Ele destacou que o tratamento precisa ser rápido e eficiente, pois pode levar a morte em pouco tempo. A hidratação via oral é fator fundamental para diminuir os riscos de falecimento. Outro fator importante é evitar o consumo de alimentos com muito sal.

Em seguida, o Prof. Dr. Ricardo José Lopes da Cruz apresentou o estudo “Estado atual dos transplantes de face”. O primeiro procedimento foi realizado na França, em 2005, em uma paciente mordida por um cachorro. Ao todo já foram feitos 36 cirurgias como esta no mundo inteiro. O especialista afirmou que este tipo de procedimento é de altíssimo risco, levando uma espécie de paixão pela técnica, mas temor pelo risco. Todos os pacientes submetidos a transplantes de facetiveram rejeição aguda e seis morreram. Após a morte da primeira paciente, Isabelle Dinoire, o procedimento recebeu descréditos.

Por fim, o Prof. Dr. Antonio Egidio Nardi falou sobre “Transtorno bipolar – atualização e perspectivas”.O estudo apresentado apontou que a depressão é uma doença com vários sintomas, físicos e psicológicos. Destacou, especialmente, as diferenças de terminologia entre “Mania”, “Hipomania” e “Depressão Bipolar”. A doença Bipolar, segundo ele, se caracteriza por um ou mais sintomas de mania e hipomania. O acadêmico Nardi avaliou que cerca de 18% da população possui depressão e apenas 1% mania. O início dos sintomas do Transtorno Bipolar se dá, em média, aos 25 anos de idade, mas existem casos em que o diagnóstico pode demorar até 11 anos. Entre as recomendações para melhorar a qualidade de vida e evitar a doença estão a prática de exercícios físicos, terapias cognitivas em grupo, psicoterapia e informação correta para evitar mitos.

Ao final da sessão, todos os presentes foram convidados para um almoço de confraternização na Vinícola Laurentia, no município de Barra do Ribeiro.