Na Reunião Científica promovida neste sábado (29) pela ASRM, com o foco de atualização em cigarros eletrônicos, os acadêmicos José Miguel Chatkin e Ana Maria Baptista Menezes trouxeram dados preocupantes, entre os quais o crescimento da frequência de usuários de cigarros eletrônicos, que saltou no Brasil de 500 mil usuários para 2,1 milhões entre 2018 e 2022, segundo dados do IPEC.
A Acadêmica Ana Maria Menezes trouxe informações da pesquisa COVITEL, por ela dirigida, realizada em 2022 e 2023, com 9 mil entrevistados de todo o país. O estudo avaliou o uso de cigarro eletrônico, narguilé e cigarros tradicionais no país. A análise das entrevistas revelou que mais de 30% dos que consomem o cigarro eletrônico o fazem por curiosidade, porque “está na moda”, ou por, erroneamente, o considerarem menos prejudicial à saúde.
Já o Acadêmico José Miguel Chatkin mostrou o intenso esquema de marketing dirigido não só a adultos, mas também a crianças, utilizando personagens infantis como os Simpsons e os Minions. Destacou a relação entre o uso do cigarro eletrônico e a toxicidade para coração, pulmões e vários tipos de cânceres. Além disso, detalhou um estudo publicado no Journal of Adolescent Health, em 2020, que concluiu que “a COVID-19 está associado ao uso de e-cigs (isolado ou alternado com cigarros tradicionais) em comparação aos que nunca usaram nicotina”. Mostrou, ainda, estudos experimentais que relacionam a nicotina inalada, a droga que ocasiona dependência química, com alterações apontando para surgimento de enfisema e bronquite crônica. Chatkin pontuou, por fim, que o aerossol emitido pelos cigarros eletrônicos contém inúmeras substâncias nocivas à saúde.
Após a exposição dos palestrantes, houve prolongada discussão sobre estas novas formas de vício em nicotina ainda não bem percebida pela população em geral.
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