Encontro abordou avanços na psiquiatria e consequencias do fumo na gravidez
A sessão científica de 29 de setembro de 2018 contou com a participação dos dois novos membros recém empossados.
O acadêmico Paulo Silva Belmonte de Abreu apresentou as novas tendências e intervenções na psiquiatria e tratamentos efetivos, por meio de estimulação e modulação dos neurônios. O especialista citou métodos invasivos e não invasivos utilizados atualmente. Entre as alternativas não invasivas está estimulação profunda com eletrodos que inibem ou ativam áreas profundas do cérebro, estimulando por pulso uma potencialização cerebral, de acordo com a necessidade do paciente. O professor ainda ressaltou que este tipo de estimulação é usado em diversos departamentos e centros específicos no mundo inteiro e aqui no estado começará a ser testado no SUS ainda no final deste ano.
Academica Ana Menezes apresentou um estudo sobre o impacto do fumo durante a gravidez na saúde da criança, com consequências que se iniciam no desenvolvimento intra-uterino e se estendem até o início da vida adulta. A discussão teve por base os dados obtidos nas Coortes de Nascimento de Pelotas – que são o conjunto de estudos de longo prazo que acompanham a saúde de quatro gerações nascidas na cidade de Pelotas nos anos de 1982, 1993, 2004 e 2015, desde o nascimento dos participantes. A coorte mais antiga já tem mais de 30 anos de acompanhamento. Os resultados mostraram que o fumo durante a gestação está relacionado a prejuízos tanto para a saúde física quanto mental dos filhos. Foram apreentados dados que mostratam a associação entre tabagismo materno e restrição do crescimento fetal, baixo peso ao nascer da criança, menores índices de aleitamento materno até os seis meses, maior risco de asma na infância e maior risco de problemas de saúde mental, como problemas de comportamento e depressão. Uma das análises de longo prazo, por exemplo, revela que os filhos de mulheres que haviam fumado durante a gestação tiveram, em média, menor estatura e maior risco de apresentar Índice de Massa Corporal (IMC) e medida da circunferência da cintura mais elevados aos 22 e 30 anos de idade. A acadêmica destacou que este estudo também foi responsável para incentivar a lei municipal anti fumo de pelotas (a primeira do estado).