Cláudio Augusto Marroni sempre quis ser médico. Menino e adolescente do interior, dado a traquinagens com os amigos, nadando em rios, poços e arroios, ou jogando futebol em terrenos baldios de Soledade, “numa vivência real”, como ele diz, jamais pensou em outra profissão. A mãe, a professora Jole Martinelli Marroni, apoiava a vocação do filho, mas o pai, Dr. Belmonte Marroni, médico clínico geral, era a inspiração mais latente para o filho nascido em 25 de junho de 1942, em Nova Bréscia. Não só por sua conduta de profissional da saúde, mas sobretudo pelo “meio ambiente” que o médico construía na relação compreensiva e amistosa com seus pacientes e a comunidade. “Granjeou amigos e compadres, batizando muitos filhos de pacientes”, conta.
Aquilo impactava muito o estudante primário na Escola Santa Inês e o secundarista no Ginásio São José que acompanhava a jornada do pai.
Interno por dois anos no Colégio Rosário em Porto Alegre para cursar o Científico, seguiu aprimorando a vocação e prosseguiu com a vida social normal da juventude depois de prestar vestibular para Medicina da UFRGS, em 1961.
A valorização das atividades coletivas levou-o a destacar-se em cargos de liderança da turma nas aulas e no centro acadêmico da faculdade, fechado em 1964 na turbulência da explosiva política da época que causou a queda do presidente da República.
Formou-se em 1966 na Universidade do Rio Grande do Sul, no mesmo ano da primeira graduação de médicos da Faculdade Católica de Medicina. “Tínhamos uma ligação muito intensa de rivalidade e de afinidades, já que compartilhamos os mesmos espaços e enfermarias durante a formação nas duas faculdades”, diz ele.
Fez Residência Médica em Gastroenterologia (1967 e 1968), no Serviço de Gastroenterologia da Faculdade Católica de Medicina. Em 1967 foi fundador e primeiro vice-presidente da Associação Gaúcha de Médicos Residentes, e presidente em 1968. Em 1969 foi professor auxiliar de gastroenterologia na Enfermaria 42, Serviço de Gastroenterologia da Faculdade Católica, efetivado em 1970.
Segundo tesoureiro da AMRIGS, foi presidente do Clube do Médico.
Foi Sócio Fundador, Vice-Presidente e Presidente da Associação Gaúcha para o Estudo do Fígado; Sócio Titular da Federação Brasileira de Gastroenterologia, da Sociedade Brasileira de Hepatologia e da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, sendo Sócio Fundador desta última; Sócio da International Liver Transplantation Society, da Asociación Latino-Americana de Hepatologia, onde foi secretário geral, da European Association for the Study of the Liver Disease e da American Association for the Study of Liver Disease.
Por 30 anos, foi Presidente da Comissão de Internato e Residência da Faculdade Católica de Medicina, da FFFCMPA, depois Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Foi plantonista no Hospital Divina Providência e no Hospital Conceição e socorrista e clínico no HPS por 34 anos.
Na Santa Casa desde 1967, organizou e chefiou o Serviço de Endoscopia Digestiva (1988 a 2004). Integrou o grupo que realizou o primeiro transplante hepático no RS em 1991. Em 1991/1992, realizou Fellow, com especialização de transplante hepático, no Hospital Clínica Provincial da Universidade de Barcelona. Em 1971 fez o Curso de Especialização em Metodologia de Ensino na Área da Saúde, na Faculdade de Educação da UFRGS. Professor associado no Departamento de Medicina Interna – Gastroenterologia da UFCSPA, atualmente é Professor Associado do Programa de Pós-Graduação de Hepatologia. Apresentou dissertação de Mestrado em Farmacologia, na FFFCMPA em 1996. Defendeu Tese de Doutorado no PPG em Medicina-Gastroenterologia da UFRGS, em 2002.
É membro da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, da qual é Médico Emérito. Expressa, com orgulho, que é Diretor Cultural da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina (ASRM), onde ocupa a cadeira número 57. Foi agraciado com a Medalha ABEM do Mérito Educacional – Médico Correa Picanço e recebeu Medalha de Honra ao Mérito da UFCSPA.
Aposentou-se, na compulsória, em 2012, da UFCSPA, onde continua como Professor do Pós-Graduação de Hepatologia.
Na pandemia da Covid-19, fechou o consultório privado mas também desempenha uma assessoria particular para a Dra. Norma Marroni que é bolsista de Produtividade CNPq e atua no PPG Ciências Biológicas: Fisiologia – UFRGS, PPG Ciências Médicas: Medicina – UFRGS e no Laboratório de Ciências Pneumológicas – Inflamação CEA/HCPA.
Não por acaso, a Dra. Norma é sua esposa desde 1969. Com dois netos ‘colorados fanáticos’, Alexandre e Bernardo, o casal tem três filhas: a advogada Christiane, a psicóloga Sabine e a caçula Caroline, médica vocacionada para a especialidade gastroenterologia tal como o pai.
Saiba mais sobre a trajetória do Acadêmico, no vídeo completo disponível abaixo: