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Descobertos no início, 95% dos cânceres têm cura

A bela e talentosa atriz Angelina Jolie surpreendeu o mundo quando, em 2013, diagnosticada com uma alteração genética que levaria, com 87% de probabilidades, ao câncer de mama, submeteu-se a uma devastadora e longa cirurgia nas mamas. Foi uma decisão preventiva profundamente radical que chocou as mulheres e intrigou os homens. Afinal, a doença é mesmo tão severa que exige um tratamento assim, extremamente agressivo? Como a médica mastologista Camile Cesa Stumpf asseverou, na 10ª edição do curso virtual de Educação Social em Saúde promovido pela Academia Sul- Rio- Grandense de Medicina (ASRM), a famosa atriz norte-americana padecia de uma mutação rara cuja solução foimuç a cirurgia. E nem assim com garantia total, de 100% de cura definitiva. Não é o tipo de ameaça cancerígena mais corriqueira, embora o principal fator de risco para se tornar vítima de câncer de mama é simplesmente ser mulher e preponderantemente ter mais de 50 anos, ainda que Jolie tivesse 37 anos quando descobriu a perigosa herança genética (sua mãe faleceu aos 59 anos).

Entretanto, os avanços da Medicina, como ponderou a dra. Camile, possibilitam o rastreamento evitando o câncer de mama que fere “o simbolismo da própria feminilidade da mulher, como disse o seu tutor no Programa Novos Talentos, o mastologista Carlos Henrique Menke na live do último sábado (21). O presidente da ASRM observou que, ao contrário do ovário e do útero, a mama é um órgão visível, “como um cartão de apresentação”. Por isso e pela elevada letalidade, causa tão profundo impacto psicossocial. “Tive que abrir o consultório em um sábado para atender uma paciente que não suportava a carga emocional da sua tragédia pessoal. Do ponto de vista clínico, tanto fazia se a atendesse segunda ou quarta-feira”, exemplificou.

Quem assistir à secção de vídeo neste site, com a íntegra da exposição didática e acessível da médica e os comentários complementares do Acadêmico, terá uma aula notável que poderá significar o diagnóstico precoce, evitar doenças e salvar vidas. E, sobretudo, estimular a multiplicação das informações mais atualizadas pelas pesquisas, pela tecnologia, pela ciência e pela prática médica.

A apresentação, com imagens explicativas, a partir do correto auto-exame mamário, é impecável. Este ato de examinar os seios diante do espelho, porém, não é suficiente. É preciso consultar um especialista e realizar exame de mamografia para uma prevenção consistente. Se constatados no início do processo de adoecimento, 95% dos cânceres de mama são curáveis. Com maior frequência no sul do país, 66 mil novos casos são esperados no Brasil no atual biênio 2020/21.

Mas a médica Camile ainda abordou os cânceres de colo de útero e de ovário. Igualmente de incidências preocupantes possuem o agravante de geralmente serem descobertos em estágio mais avançado. A doença do colo de útero é sexualmente transmissível e requer rastreamento preventivo após o inicio da relações sexuais da mulher. O câncer de ovário é o mais temido porque não é detectado no exame de rastreio.

De todo modo, é imperioso que a mulher, como todos os seres humanos, tenha uma vida saudável, realizando atividades físicas.
Deve fazer check up regulares. Consultar, idealmente, após os 50 anos, o proctologista e fazer teste de densitometria óssea.

Menke ainda pontuou, no final de seus comentários, a respeito da importante repercussão da pandemia sobre as patologias crônicas. “Como o combate à Covid 19 foi priorizado naturalmente foram secundarizados os cânceres”. O que torna ainda mais imprescindível a prevenção.