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EDUCAÇÃO SOCIAL EM SAÚDE: Como prevenir e detectar precocemente doenças silenciosas

Certamente foi mais que uma ‘manhã de gala para a Academia’, como definiu o presidente da entidade, Carlos Henrique Menke. Constitui-se, igualmente, em uma reafirmação contundente do comprometimento respeitoso do médico para com seu paciente, como ponderou o acadêmico Gilberto Schwartsmann, também palestrante da manhã de sábado, 05/09. A estreia bem sucedida do projeto “Educação Social em Saúde”, vinculado ao programa Novos Talentos, dirigido pelo acadêmico Luiz Lavinsky, contemplou duas aulas importantíssimas, especialmente pela qualidade dos ministrantes bem como por sua comunicação didática, visando, acima de tudo, informar a comunidade leiga acerca de assuntos de seu maior interesse.

Como Schwartsmann fez em relação às doenças que mais matam no mundo e no Brasil, incluindo sua especialidade como oncologista, o primeiro palestrante, endocrinologista Fernando Gerchman, valorizou a busca da prevenção e da detecção precoce dos diferentes tipos de diabetes.

Gerchman discorreu sobre o histórico da doença, a descoberta da insulina e os tratamentos de hoje, amparados na evolução tecnológica, que reduzem a mortalidade e ampliam a expectativa de vida dos pacientes diagnosticados.

Interessados leigos tiveram muitas informações imprescindíveis para alterar rotinas quanto ao tabagismo, alcoolismo, sedentarismo e alimentação pouco saudável. Inclusive desmistificações a respeito de publicações médicas em sites, que não têm confiabilidade mas consolidam informes falsos. Gerchman salientou que na Suíça a organização Hon Code concede um selo de qualidade às páginas on line confiáveis.

Ao final, lembrando que há um século a fórmula da insulina foi vendida pelos pesquisadores responsáveis pela descoberta pelo valor  simbólico de um dólar, ele questionou se haverá ética similar na produção e distribuição da vacina contra o Covid 19 para aplicação maciça em todo o mundo. É claro que não há resposta ainda.

DOENÇAS SILENCIOSAS MATAM

Em sua manifestação, Schwartsmann imprimiu uma máxima preliminar compreensível na metáfora de que todo paciente deve ser examinado fisicamente mesmo em uma consulta sobre estado depressivo. É preciso medir a pressão, dosar a glicemia, verificando se não tem uma doença silenciosa que passa longos períodos ignorada e poderá acabar em morte. Este silêncio, ou o descaso, alimentando a longa incubação de doenças, pode sair caro, advertiu.

“A doença que mais mata é hipertensão arterial, no mundo e no Brasil”, disse ele. “No entanto, no nosso país o acesso à saúde ainda é muito deficiente, já que aqui 80% das pessoas só têm o SUS”. Por isto, a atitude médica para prevenir ou detectar precocemente as doenças é uma oportunidade única para intervir e mudar os índices da saúde da população.  Mudando os fatores de risco que induzem a doenças cardiovasculares e ao câncer se ataca metade do total de mortes, assegurou.

Ele observou que a batalha contra o tabagismo é exemplar do ponto de vista da prevenção e pode ser considerada vitoriosa – mesmo que em uma intervenção pontual na live, o acadêmico Luiz Carlos Correa da Silva, tenha alertado contra cigarros eletrônicos e narguiles ‘disfarçados de bonzinhos’.

Veja o vídeo do evento no canal da Academia no YouTube acessando https://www.youtube.com/watch?v=qznk9EDKamo&t=6s

Texto e fotos: André Pereira