A reunião ordinária da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina, realizada na manhã de sábado (25) em encontro híbrido, com transmissão virtual pelo Zoom e modo presencial, celebrou um encontro “memorável e enriquecedor” ,na definição do presidente Luiz Lavinsky, que contou com dois palestrantes, o provedor da irmandade, Alfredo Englert e o diretor médico e acadêmico Antônio Nocchi Kalil,abordando o tema ” A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre de hoje e amanhã”.
Antes da apresentação, às 9h, no auditório do Cremers, ocorreu a apresentação e entrega do livro “Patronos da ASRM”, organizado pelo acadêmico Paulo Prates,diretor de Memória da Medicina Rio-Grandense da entidade. Prates observou que as 60 biografias dos Patronos documentam e ilustram a origem e os caminhos do conhecimento e da prática da medicina.
Além da leitura e aprovação da ata da reunião anterior, o presidente Lavinsky atualizou a estrutura na diretoria, que passou a contar com o acadêmico Jefferson Piva como primeiro secretário e com o colega Santo VItola como segundo secretário. O acadêmico Jorge Neumann passou para o cargo de diretor de publicações virtuais e o acadêmico Darcy Ribeiro para o de Diretor- Adjunto de Polos Regionais, cujo titular é o acadêmico Rogério Xavier.
No mesmo encontro, o presidente lembrou que o decano da ASRM, Arnaldo da Costa Filho, completará 100 anos, devidamente comemorados em setembro.Anunciou também os encontros com academias nacionais e de Passo Fundo ao longo de 2022 e destacou o trabalho de diretores das 10 áreas da ASRM. A diretora cultural Miriam da Costa Oliveira informou que será divulgado em setembro o resultado do Primeiro Concurso de Contos Médicos da ASRM do qual participaram concorrentes de 11 faculdades médicas do estado.
Reiterando que cinco vagas de acadêmicos deverão ser preenchidas proximamente, Lavinsky se propôs a ouvir sugestões dos acadêmicos para a gestão 2022 e angariou a sensibilidade predominante de que a entidade deve “prosseguir o que vem fazendo muito bem”, como verbalizou o acadêmico Carlos Gottschall.
SANTA CASA DO FUTURO
Durante a reunião científica, a partir das 10h, os dois palestrantes sobre a Santa Casa projetaram um futuro bastante animador para o complexo, que deverá ser o maior , ou um dos maiores, do país – após a finalização do efervescente canteiro atual das obras, que irá integrar os novos hospitais Helda Gerdau Johannpeter e Nora Teixeira com os sete localizados no centro histórico da capital, em conjunto com o de Gravataí e Santo Antônio da Patrulha (que encerrará o contrato no final do mês inteiramente recuperado).
Professor titular da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, diretor do hospital Santa Rita e membro honorário da Academia Nacional de Cirurgia da França, o acadêmico Kalil detalhou a estrutura hospitalar da entidade e informou que hoje o complexo já está plenamente inserido na vanguarda tecnológica médica, citando a realização de 300 cirurgias robóticas no período de um ano e a criação de um novo Hospital (hospital Nora Teixeira – nome da esposa do empresário Alexandre Grendene), Kalil mostrou que a integração funcional e estruturalmente, contando com uma passarela elevada que integrará os estabelecimentos hospitalares sem necessidade de tráfego externo..
Pretor, juiz de direito, desembargador e vice-presidente do Tribunal de Justiça do Estado, presidente do Tribunal de Alçada do RS e presidente do Tribunal Regional Eleitoral do RS, Englert discorreu também acerca das dificuldades financeiras do complexo hospitalar agravadas pela pandemia e pela onda de processos a médicos por danos morais”, citada como “indústria que mais cresce no país.
Englert defende a descentralização da assistência médica com hospitais regionais, e reforçou a importância da união de esforços e soma de recursos financeiros da iniciativa privada e do poder público para a melhoria do atendimento à população notadamente através do SUS. Segundo ele, a irmandade já recebeu cerca de R $188 milhões de doações da sociedade civil, R $20 milhões do Estado e de deputados federais gaúchos, que através de emendas parlamentares contribuíram com um volume de R $149 milhões.
O presidente Lavinsky lembrou que a ASRM publicou o livro “Homenagem ao Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre” em alusão aos dois séculos de existência. Hoje já com 219 anos de medicina hospitalar com 2.925 médicos, 8.899 funcionários e movimentação diária de 25.000 pessoas, o quarteirão ocupado pela Santa Casa também pode ser chamado de “a cidade da saúde”, dentro da capital gaúcha, e representa um exemplo vivo da possibilidade de desenvolvimento de tecnologia em saúde para toda a população, independente se sua cobertura, de SUS ou demais convênios.
Assista ao registro do encontro em vídeo clicando AQUI