É possível envelhecer com saúde, sim!
A frase acima, afirmativa até na pontuação exclamativa, de autoria do acadêmico Claudio Teloken, resume a mensagem do segundo curso de Educação Social em Saúde do programa Novos Talentos da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina (ASRM) realizado neste sábado, 12/09.
Com ênfase na prevenção e na detecção precoce, sobretudo de doenças cancerígenas, o professor Teloken completou a apresentação do seu tutorado, urologista Daniel Freitas, sobre o envelhecimento cada vez mais acentuado no mundo, no Brasil e no RS, durante o encontro que reuniu 70 participantes, de modo virtual na plataforma Zoom. “Longevidade com saúde, é possível, sim”, reforçou.
Depois de expor um panorama histórico sobre a busca de elixires da longa vida, desde os primórdios da humanidade, o médico Daniel acentuou que “viver mais” deveria ser acompanhado da ideia de “viver melhor”. Para ele, o conceito de “expectativa de vida”, aumentada cada vez mais nos últimos anos, poderia ser agregada à concepção de “expectativa de saúde”.
Com a evolução tecnológica, as inovações médicas, as pesquisas científicas, após a Segunda Guerra Mundial, houve expressivo avanço no controle e combate das doenças como tuberculose, varíola, desnutrição e males infecto contagiosos.
Com os avanços na Medicina, investimentos na indústria farmacêutica e mudanças no estilo de vida contemporâneo, pode-se “frear” o envelhecimento e de certo modo adiar a morte – jamais impedi-la. Assim, as doenças cardiovasculares diminuíram significativamente suas curvas de letalidade.
Entre as chamadas doenças da modernidade, o tabagismo, por exemplo, antes propagado até em eventos médicos e movimentando bilhões de dólares nas indústrias do cigarro, resultou na elevação das ocorrências do câncer de pulmão, exigindo campanhas contundentes e legislação restritivas.
No entanto, o envelhecimento -que já alcança patamar de 0,061% de pessoas acima dos 100 anos no Uruguai – também traz preocupações de várias ordens como as relacionados com a próstata, que se agrava com a idade e não tem cura conhecida ainda, mas pode ser menos letal.
Com certo tom de provocação filosófica, ao finalizar, Daniel argumentou que como o ser humano precisa de prazos para motivar-se, a expectativa da morte talvez seja o grande sentido da vida.
Claudio Teloken prega que para aplicar conhecimentos de saúde no mundo real, o acesso à informação é fundamental, permitindo que a população busque ações preventivas.
Ele defende campanhas de esclarecimento – e até mesmo sugere iniciativas como projetos de lei determinando a proibição do fumo em condomínios residenciais.
O presidente da ASRM, Carlos Henrique Menke, disse que apoia a proposta de fixar um selo da Academia legitimando campanhas antitabagistas, a favor da saúde e da vida.
Como esclareceu o diretor do programa, Luiz Lavinsky, o próximo curso, no dia 19, será sobre Câncer de Pulmão: combate ao tabaco, diagnóstico precoce e revolução nos tratamentos. Os médicos que debaterão o tema serão André Borba Reiriz e o acadêmico Darcy Ribeiro Pinto Filho.
Qualquer pessoa pode participar, desde que tenha acesso ao Zoom. O ID para ingressar na palestra virtual é 833 3631 402.
Veja o vídeo do evento no canal da Academia no YouTube acessando https://www.youtube.com/watch?v=tsMJ1jIhFSg&t=6s
