Professor Luiz Fernando Jobim foi convidado pela Academia Nacional de Medicina
O acadêmico Luiz Fernando Jobim foi o palestrante convidado da sessão Oficial da Academia Nacional de Medicina, no dia 28 de junho, no Rio de Janeiro. O professor Jobim, diretor do laboratório de Imunologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Medicina do Rio Grande do Sul, ex-presidente da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina e professor titular de medicina interna da UFRGS, apresentou “Como o estudo do DNA transformou a medicina”, juntamente com o professor Cláudio Tinoco (UFF), com o tema Recentes Progressos em Medicina Nuclear”. O convite foi feito pelos Acadêmicos José Galvão-Alves e Carlos Antônio Gottschall, da Academia Nacional de Medicina.
O especialista compartilhou o seu primeiro contato com tipagem por DNA – processo que envolve a identificação e a avaliação do material genético de um indivíduo -, a história dos estudos moleculares e a evolução das técnicas de amplificação de DNA por PCR (reação em cadeia pela polimerase), Taq (enzima polimerase termoestável) e Termociclador em Tempo Real. Ainda demonstrou como acontece o processo de reação em cadeia da polimerase, o estudo de sequência dos alelos e genes, a construção de kits para avaliação molecular e como é feita a tipagem de antígenos leucocitários humanos. Durante a palestra ele destacou sua experiência com frequências genotípicas dos alelos da população de índios Tukunas, na Amazônia. Apresentando dados de estudo realizado em 1981, o geneticista indicou a presença de polimorfismos na população branca e negra estudada, enquanto a população indígena apresenta apenas três alelos HLA, comprovando a descendência dos povos mongólicos, da Rússia, semelhante à de outros índios latino-americanos e esquimós. Esse tipo de estudo explica por exemplo, a propensão para determinadas doenças por parte desta população. O acadêmico ressaltou a contribuição dos estudos genéticos na realização de transplantes e relembrou alguns dos primeiros transplantes feitos no Brasil, como o de rim, cardíaco e medula óssea. Também foram pontuados alguns dos usos da genética como recurso médico, como os testes preditivos de doenças, a genética forense e os testes de investigação de paternidade. Concluiu explicando a utilização do estudo genético na infectologia, por meio da análise molecular de patógenos no líquido cefalorraquidiano pela reação em cadeia da polimerase em pacientes infectados pelo HIV.
*informações da Academia Nacional de Medicina, foto de Ivanoé Gomes Pereira