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II ENCONTRO DAS ACADEMIAS DE MEDICINA DO RS E SP

Pilares dos avanços da Medicina: tecnologia, história e humanismo

A “manhã de gala” como o acadêmico Carlos Henrique Menke definiu o encontro da entidade que ele preside, a Academia Sul- Rio-Grandense de Medicina com a instituição análoga de São Paulo, conseguiu reunir pelo menos três ingredientes notáveis que podem ajudar a explicar o sucesso da confraternização virtual histórica deste sábado (31/10/2020) e envolvem os próprios pilares dos avanços dos tratamentos na Medicina.

“Uma constelação de estrelas de mentes brilhantes e idealistas”, no entender de José Luiz Gomes do Amaral, presidente da Academia Paulista de Medicina, amparou a notável qualidade científica tecnológica das palestras sobre o desenvolvimento dos recursos terapêuticos da Medicina do mundo e no Brasil, realizadas pelos acadêmicos Dr. Rogério Sarmento Leite e de Silvano Raia, com as intervenções complementares imprescindíveis de Jorge Kalil e Ernesto Goulart, da USP.

Rogério Sarmento Leite brindou os assistentes com o assunto “Patologias valvares”, explorando as possibilidades das intervenções com emprego de cateter substituindo as cirurgias extra corpóreas de troca de válvulas do coração. “São soluções fantásticas para males  incuráveis”, afirmou

Raia, Kalil e Goulart  trataram de um tema futurista e polêmico “Perspectivas dos xenotransplantes” que envolve a manipulação genética de animais para uso de órgãos modificados em humanos. Uma das esperanças dos pesquisadores na evolução da técnica, que deverá diminuir a caudalosa fila de espera por transplantes que levam muitos pacientes à morte, está assentada na construção de um prédio de 1.100 metros quadrados para abrigar suínos com genes alterados, daqui a seis meses em São Paulo. O chamado “pig facility” será dotado de toda a biossegurança necessária para a atividade.

Para Menke, neste sentido foi mesmo uma “avalanche de tecnologia”.

A dimensão humanista do evento perpassou todas as intervenções, mas foi emblematizada na saga nortista do acadêmico gaúcho Valter Duro Garcia com suas 80 visitas (até agora) ao Norte do Brasil realizando tutoriais para levar o conhecimento científico às comunidades mais atingidas pela desigualdade social no Brasil. Duro Garcia reforçou a ideia de que é necessário mudar a realidade nas regiões menos favorecidas para melhorar a vida de todos brasileiros, acima das mudanças e interesses de governantes de plantão.

A oportuna consideração histórica foi abordada pelos dois presidentes que resumiram alguns detalhes relevantes das trajetórias das academias – e, por decorrência da própria Medicina -, ofereceram propostas para a continuidade do intercâmbio acadêmico (iniciado de modo presencial em São Paulo em outubro de 2919) e mostraram a bem sucedida adaptação funcional das entidades ao período da ‘penosa travessia’ da pandemia.

Dividido em módulos, o evento teve a coordenação dos doutores Gilberto Schwartsmann, José Luiz Gomes do Amaral e Valter Duro Garcia.