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Informações básicas sobre Prevenção de Câncer de Pele – por Lucio Bakos


O câncer é uma afecção na qual as células do corpo crescem descontroladamente. A pele pode ser sede deste processo.

O câncer de pele é o câncer mais comum em populações de pele clara, inclusive no Brasil. Algumas pessoas possuem maior risco de contraí-lo do que outras, principalmente as que tiveram exposição crônica a agentes mutagênicos (alcatrões, arsênico, etc.), mas ele pode incidir em qualquer indivíduo. A causa mais evitável de câncer de pele é a superexposição indiscriminada à radiação ultravioleta (RUV), seja a solar ou a oriunda de fontes artificiais, como a das camas de bronzeamento, acumulada durante a vida.

Os três tipos mais comuns de câncer de pele são os Carcinomas Basocelulares, os Carcinomas Espinocelulares (ou Epidermóides) e os Melanomas. Os carcinomas derivam de células do revestimento: os primeiros começam na camada basal da epiderme e dos folículos pilosos e os segundos nas camadas mais altas e escamosas da pele. 

O melanoma, menos frequente, porém mais agressivo, tem origem nos melanócitos, que são células pigmentares, tanto formadoras de nevos (sinais) como as da própria epiderme, aquelas responsáveis pelo bronzeamento.

Pessoas com certos fatores de risco têm maior probabilidade do que outras de desenvolver câncer de pele (albinos, portadores de genodermatoses, como o xeroderma pigmentoso, história familiar de câncer de pele, nevos congênitos gigantes, exposição a carcinógenos, como os alcatrões, o arsênico, etc). 

Os fatores de risco podem variar para diferentes tipos de câncer de pele, mas o excesso de exposição à radiação ultravioleta (RUV) e seu acúmulo na pele, desde a infância, é o fator de risco mais importante em todos os três tipos. É importante frisar que a RUV ultrapassa a espessura da epiderme e atinge as camadas mais superiores da derme. Assim, o “bombardeio” destes raios ao núcleo das células e às fibras conjuntivas do tegumento, quando muito exagerado, poderá produzir vermelhidão e edema – a curto prazo – e câncer e enrugamento – a longo prazo.

Sendo uma lesão resultante da proliferação desordenada de células, o câncer de pele costuma tomar um formato que sugere de onde ele se originou. Por exemplo, como o carcinoma basocelular tem origem nas células mais profundas da epiderme, as células basais, seu aspecto mais frequente é de uma “ferida que não cicatriza”, uma ulceração que penetra na derme. O epidermóide, oriundo das camadas mais altas, geralmente tenderá a crescer para cima, à vegetação, à verrucosidade, uma “verruga ulcerada”.

O melanoma, por sua vez, sendo o vizinho escuro das células basais, inicialmente cresce em superfície (mancha escura que aumenta irregularmente), e, com o tempo, prolifera em todas as três dimensões. Com o avanço, a superfície pode ulcerar.

Vale chamar a atenção que o número de melanócitos de nosso tegumento é muito maior do que o dos presentes em um sinal. Assim, é mais comum um melanoma se instalar em uma pele clara normal, danificada pela RUV, do que especificamente em um sinal pré-existente.

Existem melanomas não diretamente relacionados à RUV, como os das palmas e plantas, das mucosas orais e genitais, e do aparelho ungueal. Outros fatores de risco, ainda não bem estabelecidos, podem ser os responsáveis pela estimulação melanocítica maligna, nestes casos.

Assim, qualquer lesão crônica na pele pode ser um sinal de câncer; um novo crescimento, uma ferida que não cicatriza, um sinal que muda de aspecto ou uma mancha nova, que cresce irregularmente. Lembrando que nem todos os cânceres de pele têm a mesma aparência, pois dependem da sua célula de origem.

As pesquisas e as estatísticas mostram que a maior parte dos cânceres de pele é causada pelo acúmulo da exposição excessiva aos raios ultravioleta (RUV), desde a infância. Para diminuir o risco de contrair câncer de pele, você pode proteger desde cedo sua pele dos raios UV do sol e de fontes artificiais, como camas de bronzeamento e lâmpadas solares. Resumindo, sugere-se:

1 – Evitar o sol entre 10h e 16h, mesmo no inverno e em dias nublados

2 – Use protetor solar de espectro amplo UVA/UVB(FPS) 30. O protetor solar não bloqueia completamente todos os raios UV que possam causar câncer de pele, mas reduz as suas ações maléficas e o seu acúmulo.

3 – Reaplique o protetor solar a cada duas horas, ou com mais frequência, se estiver nadando ou suando.

4 – Use roupas de proteção solar com fator de proteção ultravioleta (UPF) 50+, que bloqueia 98% dos raios solares. Chapéus com abas largas e roupas de proteção solar que cubram os braços e as pernas são úteis para proteger a pele dos danos nocivos dos raios UV..

5 – Reduza o tempo de exposição para fins de bronzeamento. Evite camas de bronzeamento artificial. Elas usam luz ultravioleta, danificando a pele e podendo causar câncer e rugas. Lembre-se: “Bronzeado não é sinal de saúde”.

6 – Faça um autoexame em sua pele. Se você notar diferenças, como manchas ou alterações incomuns em sua pele, procure um dermatologista. Isto é reforçado se você tiver risco aumentado de câncer de pele.

No auto-exame da pele, para facilitar a detecção de possíveis Melanomas, foi criado um acróstico, a Regra do ABCDE. Observar lesões que possuam:

A – Assimetria (uma metade diferente da outra)

B – Bordas lesionais irregulares

C – Cores variadas (beige, marrom, preto, na mesma lesão)

D – Dimensões (crescimento lesional com o tempo)

E – Elevação de uma lesão pigmentada

Além do auto-exame da pele e uma avaliação periódica feita por um Dermatologista, pode se realizar um exame de imagens, conhecido como  “Mapeamento Digital Corporal Total”, com câmeras e aparelhos de Dermatoscopia Digital para avaliação, controle e detecção de lesões novas, principalmente em quem possui um grande número de lesões pigmentares distribuídas pelo tegumento, cuja presença possa dificultar o auto-exame.