O último encontro Literatura e Medicina deste ano ocorre nesta terça-feira (08/12/2020), de modo virtual, a partir das 18h. Promovido pela Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina, o colóquio será sobre “Os ensinamentos médicos na arte de Michelangelo”. No encontro, coordenado pelo presidente Carlos Henrique Menke, organizado pelo Acadêmico Rogério Xavier e com a participação da Acadêmica Mirian da Costa Oliveira, o professor de Anatomia do Departamento de Morfologia da UFCSPA, Deivis de Campos, vai discorrer a respeito da obra do autor renascentista, especialmente sobre os ensinamentos médicos de anatomia oferecidos pela genialidade de Michelangelo.
Assim, na descrição minuciosa da anatomia dos órgãos femininos reprodutivos que o artista utilizou para construir os capitéis desenhados no teto da Capela Sistina, dando ideia de volume em suas exatas proporções. Este preciosismo de Michelangelo teria sido acompanhado por outros afamados artistas. Por exemplo, quando aplicado à construção das magníficas abóbadas das naves nas catedrais renascentistas que foram construídas nas exatas proporções do corpo humano, obtidas pela medida dos diâmetros crâneo-caudal (norte e sul) e entre as extremidades dos dedos das mãos (leste e oeste) como estão presentes nos desenhos do Homem Vitruviano resgatados por Leonardo Da Vinci.
Com o passar dos anos Michelangelo foi acrescentando seu perfil a muitas de suas obras, ora por motivo caricato, ora como desafio de sua criatividade ímpar.
Por exemplo, na pele arrancada de São Bartolomeu em “O Juízo Final” afigura-se seu rosto, como a imitar o sudário de Cristo. Ou, na “Pietá Rondonini”, a Madona tem face masculina que presume-se seja de Michelangelo já idoso onde teria a intenção de demonstrar o conflito da alma restrita pelas configurações usuais do corpo. Ainda, no Davi majestoso, antes de enfrentar Golias, quando este último lhe era muito superior em força e deveria estar aterrorizando o moço valente. Pois, o artista sempre foi de quebrar paradigmas, desde seus tempos de jovem em Florença. E que o consagraram.