Com reverências à memória e ao legado do ex-presidente da entidade Ivo Abrahão Nesralla, falecido aos 82 anos, no mesmo dia 16/12, mas com o sentimento vitorioso da missão cumprida compartilhado por todos, o livro sobre os 30 anos da Academia Sul-Rio- Grandense de Medicina foi lançado, de modo virtual, no final da tarde desta quarta-feira, com a participação de acadêmicos e convidados apoiadores da edição, representando Amrigs, Simers, Cremers, Unicred e Unimed Federação e Unimed Porto Alegre.
Antes, o presidente Carlos Henrique Menke, declarando-se igualmente emocionado com a cerimônia de apresentação, destacou o valor do resgate histórico da publicação planejada para ser lançada, de modo festivo, no aniversário em 19 de maio, data da fundação oficial da Academia em 1990 em Porto Alegre.
Menke ainda salientou a adesão imediata das seis entidades vinculadas à Medicina e ao cooperativismo visitadas no início do processo de busca de apoio para confecção do livro. O presidente recordou que o acadêmico Nilson Luiz May foi o primeiro a ser procurado.
Um dos fundadores da entidade, May manifestou-se em nome da Unimed RS, que ele preside, e também como representante da Unimed P. Alegre, em lugar do presidente Flávio Vieira que não pode estar presente. May observou que a página da federação no livro trata da Casa Memória da Unimed, espaço destinado a resgatar a memória da Medicina que será ampliado brevemente para trazer, da biblioteca com seu nome do Sanatório Parque Belém, tomos relacionados à história da tuberculose e abrigar a coleção completa do Jornal Mente e Corpo do Dr. João Gomes Mariante – devidamente conservada e já em poder da entidade.
A seguir, o orador da Academia, acadêmico Germano Bonow fez o pronunciamento oficial do ato. O acadêmico enfatizou a determinação do presidente Menke liderando a instituição em meio à inesperada surpresa desag radável causada pela devastadora pandemia que, entretanto, não paralisou o funcionamento da Academia, adaptada ao formato remoto. Ao final, Bonow conclamou os representantes das entidades a unirem-se em torno de uma campanha para restauração da chamada “Casa de Sarmento”, o antigo prédio da Faculdade de Medicina da Ufrgs. Imediatamente, Menke apoiou a ideia e garantiu que a Academia será parceira na empreitada.
Após, o coordenador da Comissão do Livro, acadêmico Waldomiro Manfroi, resumiu como foi elaborada a “obra de 300 páginas para contar 30 anos de história”. Relatou desde a primeira reunião presencial em agosto de 2019 que definiu os critérios editoriais e a etapa de produção do conteúdo que seguiu inteiramente de modo remoto envolvendo acadêmicos, o presidente da ASRM e os suportes logísticos, como da Editora Metamorfose.
Um dos parceiros, o presidente da Amrigs, Gerson Junqueira, confessou que emocionou-se ao ponto de não conter lágrimas, lendo a publicação com as trajetórias de seus mestres na Medicina e lembrar, com emoção, de episódios das convivências enriquecedoras da época de estudante. “Esta obra é um tesouro inigualável”, definiu.
O presidente do Sindicato Médico do RS, Marcelo Matias, salientou o orgulho de apoiar a edição e, sobretudo, partilhar do conteúdo da obra, com a página reservada ao Simers. “É um livro de valor inestimável para a história da Medicina e do próprio Rio Grande do Sul”
Em mensagem gravada, o presidente do Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers), Carlos Isaia Filho, parabenizou efusivamente todos os acadêmicos que construíram a história da ASRM. O presidente da Unicred, médico Paulo Barcellos, assinalou que a obra ficará marcada na história da Medicina.
Entre os acadêmicos que se pronunciaram, o ex-presidente da Academia Gilberto Schwartsmann contou que deleitou-se, junto com sua esposa deleitou-se com a leitura do livro. E enfatizou a citação da contracapa de autoria de Anton Tchekhov extraída do Ato II de As Três Irmãs:
“Daqui a duzentos ou trezentos anos (…) haverá uma nova vida. Nova e feliz. Não tomaremos parte nessa vida, é verdade…Mas é para ela que estamos vivendo hoje. É para ela que trabalhamos e, se bem a soframos, nós a criamos. E nisso está o objetivo único de nossa existência (…)”.
Através do chat, os acadêmicos Luiz Carlos Corrêa da Silva, Gilberto Barbosa e Luiz Lavinsky também teceram elogios à qualidade do livro – que tem ilustrações do médico Paulo Favalli.
Conforme Luiz Carlos, “fazer a história é missão. Contar a história é dever. O livro dos 30 anos registra e eterniza quem fez e quem conta”.
Para Gilberto, o livro constitui-se em “uma obra prima”.
Segundo Lavinsky, a escrita da trajetória da Academia nos dá uma percepção do que foi, do que é contemporaneamente e estimula a que as próximas gerações continuem a pensar grande”.
ABRAÇOS IMAGINÁRIOS
Ao final, Menke ressaltou a conquista de Gilberto Schwartsmann agraciado com o Prêmio ARI de Jornalismo 2020, da Associação Riograndense de Imprensa, na categoria crônica de jornal. “Registro esta premiação com alegria, que contrapõe a tristeza pela perda irreparável do acadêmico Nesralla. Assim é a vida que segue e deve ser vivida com otimismo e o que mais importa com carinho e amor”.
Em suas “janelinhas eletrônicas” individuais nas telas dos computadores, os participantes da live aplaudiram, expressando desejos de Bom Natal e Feliz Ano Novo e trocaram abraços imaginários que certamente devem concretizar pessoalmente, quando a vacina contra a Covid 19 permitir a todos recuperar a necessária proximidade física.