Dando significado a uma palavra inexistente nos dicionários de português, “bromeliando” é uma aventura ecológica, botânica e biológica que encanta médicos, como o convidado especial da Sessão Cultural virtual da ASRM, Flair José Carrilho, nesta terça-feira (22).
Com credenciais profissionais de renomado gastroenterologista e professor da USP, apresentadas pelo Diretor de cultura da Academia, Claudio Marroni, em idioma catalão, aludindo ao seu estreito vínculo científico com instituições médicas de Barcelona, o Dr. Flair revelou facetas de sua forte paixão pelas bromélias, com cerca de 600 plantas nos jardins de sua casa de verão. Iniciado há 35 anos na elaboração do paisagismo de sua residência no litoral norte de São Paulo, o contato com essas plantas envolve atividades de colecionador, estudioso e descobridor de novas espécies, merecendo inclusive homenagem de um produtor amigo de Campinas, Rolf Zömig, que batizou uma bromélia com seu nome: a “Guzmania flair-carrilho”.
Além de discorrer sobre o panorama completo dos 76 gêneros e das 3.347 espécies até agora descritas nas Américas (apenas uma subfamília foi mapeada na África), o médico denunciou um crime ecológico contra as bromélias, cometido reiteradamente por governantes e ignorantes, ao ordenarem a destruição das plantas para combater focos do mosquito transmissor da dengue devido ao acúmulo de água em suas folhas. “Pesquisa da Fiocruz no Jardim Botânico já comprovou que apenas 0,07% de um total de 2.816 plantas tinham algum criadouro do Aedes aegypti”, garante ele, salientando que, no ambiente silvestre, as bromélias são plantas terrestres que desempenham um papel ecológico importante, servindo como microambiente para outras espécies.
Bastante preocupado com outras formas de extinção de espécies raras de bromélias, vítimas de desmatamento, poluição, queimadas, agressão aos mangues, especulação imobiliária e até da explosão demográfica, ele fez uma sugestão aos habitantes da capital gaúcha: “Desfrutem das bromélias que se espalham por toda a cidade, da bela Rua Gonçalo de Carvalho aos morros urbanos”, afirmou. “A flor de Porto Alegre é a bromélia.”
Assista à palestra completa do Dr. Flair Carrilho abaixo:
