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SESSÃO CULTURAL: Recomendando filmes e séries que gosta para os leitores


O crítico de cinema Ticiano Osório considera-se um privilegiado na profissão que exerce assistindo filmes, com autonomia e vendo filmes quando quiser, por vezes ao lado da esposa e das filhas em programas caseiros de finais de semana. Faz parte do seu prazer profissional compartilhar a grande maioria dos filmes e seriados que aprecia, recomendando-os para os leitores dos veículos da RBS onde atua desde 1995, editando também os cadernos Vida, DOC e Viagem. “Pelo menos 80% do que escrevo é neste sentido de orientar o leitor para que veja o que vi e mexeu comigo”, contou ele, na Sessão Cultural da ASRM, nesta terça-feira (21). Os outros 20% ele reserva para as críticas que chama de ‘obrigatórias’, de festivais e filmes que assiste nas audições especiais destinadas a jornalistas, geralmente em horas matinais. Seu momento predileto diante da telinha é cedo do dia, das 6h às 8h30. Já aos filmes dos quais não gosta e chama de “mornos”, reserva escassa repercussão pública. “No entanto, às vezes é preciso se posicionar contra, criticando filmes de sucesso que privilegiam abusos sexuais, perversões, sadomasoquismo e extrema violência”, contou ele, diante de perguntas dos acadêmicos sobre seu método de trabalho que executa com uma linguagem que seja compreendida pelo público leigo. “Escrevo em jornal e site, para a Dona Maria e o Seu João”, comparou.

Na abordagem do tema central de sua palestra ” A Medicina nos filmes e séries”, Osório provocou uma interatividade marcante com os médicos que participaram do encontro -como se constata no vídeo postado no YouTube – estimulando as manifestações favoráveis e desfavoráveis sobre filmes e séries, que ele separa em duas vertentes, divididas em heróis e vilões.

No primeiro caso, em que o ser humano comum se transforma em um super herói quando, vestindo jaleco e empunhando um bisturi, adentra uma sala de cirurgia citou, entre outros, “Bem-vindo a Marly-Gomont”, “Mãos Talentosas: A História de Ben Carson”, Patch Adams — O Amor é Contagioso” e “Tempo de Despertar”.

No segundo caso, dos protagonistas vilões, mencionou “Gêmeos, Mórbida Semelhança”, “A Pele que Habito”. “Um Médico Alemão”, “Hipócrates” e até “O Estranho no Ninho” em que a vilã é uma enfermeira.

Entre os excêntricos listou os seriados House, uma espécie de médico-detetive, e The Good Doctor, questionando se um autista poderia ser um cirurgião bem sucedido. Não deixou de referir o que define como “dramas hospitalares” como “Chicago Med”, “Plantão Médico”, “Grey’s Anatomy”, “Masch” e o brasileiro “Sob Pressão” que tem o diferencial de evidenciar a estrutura precária da saúde pública nacional.

Na sua opinião, a figura do médico em filmes é usada em volume expressivo no cinema, devido à natureza da profissão que lida com o conflito inevitável da vida e da morte que, aliás, aprendeu a admirar em casa: Ticiano é filho do médico Cláudio Maria Osório.