Nasceu no Alegrete no dia dez de outubro de 1880. Aos dezessete anos foi para Salvador, Bahia, para cursar Medicina. No primeiro ano do curso, Salvador foi tomada por epidemia de febre amarela e as aulas foram suspensas. Não querendo perder tempo, Alfeu cursou um ano de Farmácia em Ouro Preto. Mas logo voltou à medicina, formou-se na Faculdade da Bahia em 1903 e retornou para exercer a profissão em sua cidade natal. O ingresso nas Forças Armadas facilitou-lhe a formação e chegou em Alegrete como médico militar.
O momento era muito especial no Rio Grande do Sul, pois os médicos com formação regular tinham os mesmos direitos e prerrogativas que os leigos de diferentes graus de conhecimento e livres para exercer a Medicina desde que se registrassem como médicos e pagassem as devidas taxas. Não havia exigência de diploma ou de outros documentos comprobatórios de aptidão para o exercício profissional. Ao contrário dos outros Estados, a constituição castilhista, em nome da liberdade no exercício das profissões, beneficiava charlatães e aproveitadores das mais diversas procedências. Liderou, junto com a Sociedades de Medicina de Porto Alegre, os esforços para realizar o Primeiro Congresso Médico Rio-Grandense em 1915 para tratar da liberdade profissional e de outros assuntos. O governo inviabilizou o encontro ao proibir que médicos funcionários do Estado dele participassem. Não saiu o congresso, mas o relatório foi divulgado em 1916.
Em 1919 interrompeu suas atividades em Alegrete e foi para a Europa como integrante da Missão Médica Brasileira na Primeira Grande Guerra. O conflito estava terminando e o doutor Alfeu resolveu tirar o máximo proveito científico da sua estada na Europa. Permaneceu em Paris por algum tempo, comparecendo diariamente aos melhores serviços de cirurgia da época.
Ao voltar, estabeleceu-se em Porto Alegre, onde praticou e ensinou cirurgia. Era dos primeiros a chegar pela manhã na enfermaria e providenciava registro de presença para os inúmeros médicos que buscavam aperfeiçoamento na famosa a 10ª Enfermaria da Santa Casa, que ele chefiou por muitos anos.
Sem uma ligação direta com a Faculdade de Medicina, caracterizou o ensino da cirurgia como atividade extracurricular e sedutora, de aprendizado diário, independente de estrutura universitária. Transformou a 10ª Enfermaria da Santa Casa num grande centro formador de cirurgiões.
Faleceu em Porto Alegre em julho de 1961.