Franklin Olivé Leite nasceu em Pelotas a 22 de dezembro de 1900, filho de Manoel Valente da Costa Leite e de Maria Cecília Olivé Leite. Iniciou seus estudos na cidade natal e logo se transferiu para o Rio de Janeiro onde foi aluno do Ginásio Anglo-Brasileiro e do Colégio Pedro II. Após, cursou a Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro, em que se doutorou ao defender a tese Localização da Tuberculose Pulmonar e Vias de Infecção. Sua conclusão de curso foi festejada em 01.12.1927. Quando se iniciaram as especializações, buscou formação em Clínica Médica, Doenças Mentais, Psiquiatria e Cardiologia. Fez curso no Instituto de Psiquiatria do Rio de Janeiro em 1941 e de Cardiologia e Eletrocardiografia no Instituto de Cardiologia da Municipalidade de São Paulo. Participou do 1° Congresso Médico da Fronteira. Dentre seus trabalhos publicados, destacam-se Vias De Infecção e Localização da Tuberculose Pulmonar, Convulsoterapia na Esquizofrenia e Psicoses Toxinfecciosas. Foi diretor do Sanatório Henrique Roxo, exercendo as funções de chefe do Serviço de Doenças Infecto-Contagiosas da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas. Foi inspetor federal de Ensino Superior junto à Faculdade de Farmácia e Odontologia e foi presidente da Sociedade de Medicina de Pelotas. Fundou a Clínica Olivé Leite logo após a Revolução de 1930. A Clínica passou a ser o primeiro hospital do interior do Rio Grande do Sul especializado em Psiquiatria, o segundo do gênero no Estado e o quarto não governamental no país. Era um entusiasta da instalação de faculdades de Filosofia, de Medicina e da consequente Universidade Pelotense, já quando era prefeito da cidade o Dr. Joaquim Duval, que comungava das mesmas ideias. Participou ativamente dos esforços para a criação da Faculdade de Medicina da Universidade Católica de Pelotas, junto com o bispo Dom Antônio Zattera, Joaquim Assumpção Osório e outros pioneiros. Foi escolhido como o primeiro diretor da faculdade e não mediu esforços para viabilizá-la. Aproveitou médicos destacados da cidade e foi buscar em outros centros no Brasil e no exterior professores para qualificar o corpo docente da nova faculdade. Foi assim que veio de Belo Horizonte o professor Moacir Vitorino Jardim para instalar o Departamento de Morfologia. Do exterior chegaram os professores Giovanni Barufa da Universidade de Padova e José Ignácio de Ispizua y Uribarri da Universidade de Madri. O professor Mário Brum Braga transferiu-se para Pelotas em função da faculdade e lá compareceram para dar aulas os professores Tuiskon Dick, Nelson Aspezzi e Clóvis Bopp. A utilização da tradicional Santa Casa de Misericórdia de Pelotas como hospital escola foi providencial, bem como da Clínica Olivé Leite para apoio ao ensino da Psiquiatria. Esses hospitais prosseguiram no apoio à Faculdade Católica mesmo após a existência do seu Hospital Universitário.
A Clínica Olivé Leite teve grande desenvolvimento sob a direção do Dr. Sérgio Olivé Leite, filho do fundador. Passou a hospital de ensino reconhecido pelo Ministério da Educação, servindo como hospital escola para as duas Faculdades de Medicina de Pelotas, bem como para curso de enfermagem e de formação de pessoal especializado na assistência psiquiátrica. Nela funcionava a residência em Psiquiatria da Faculdade Federal de Pelotas. Serviu de sede para o Núcleo para Pesquisa em Saúde Mental e Informática Aplicada, coordenado pelo Dr. Fábio Gastal Olivé. Os avanços obtidos e a inserção na comunidade levaram a Clínica Olivé Leite a receber nos anos de 1996 e 1997 o Prêmio Qualidade Total RS. Mas o sucesso despertou animosidades, sobretudo na área da Assistência Psiquiátrica do SUS, decidida a evitar hospitalizações psiquiátricas ainda que atropelando o bom senso. Trabalhando com 80% dos seus duzentos leitos ocupados pela previdência, a Clínica optou por encerrar suas atividades em pleno apogeu, antes que se tornasse inviável. Toda uma história que se iniciou com o Dr. Franklin em 1931 e que deu tantos frutos teve sua evolução alterada por orientações governamentais sem conexão com a realidade.
O professor Franklin Olivé Leite foi casado com dona Lacy Soares Leite, com quem teve os filhos Fany, Vanisa e Sérgio. Faleceu em Pelotas no dia 8 de outubro de 1971 aos 70 anos de idade. Foi velado no salão de atos da Universidade e a missa de corpo presente ocorreu na capela da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas.