Jandyr Maya Faillace nasceu em Porto Alegre em 15 de Outubro de 1898, filho de Vicente Faillace e Carlinda Maya Faillace.
Muito jovem, aos 14 anos de idade, concluiu o curso ginasial no Colégio Julio de Castilhos, ingressando na Faculdade de Medicina, onde diplomou-se com apenas 20 anos de idade.
Atraído para a especialização de ginecologia e obstetrícia, fez uma verdadeira “residência médica”, por dois anos, no Hospital Pro-Matre, do Rio de Janeiro, o mais importante hospital nessa especialidade no Brasil e também porque era dirigido por um dos mais famosos obstetras da época, o professor Fernando Magalhães.
Voltando a Porto Alegre para clinicar, começou a sentir os primeiros sinais de uma surdez que terminaria privando-o totalmente da audição. Talvez por esse problema, abandona a especialidade e toma o rumo da pesquisa, ingressando na saúde pública como médico na antiga Diretoria de Higiene. Uma das suas primeiras tarefas foi o combate à Peste Bubônica que, na época, ainda grassava em Porto Alegre.
Em 1928, com a saída do Dr. Joaquim Travassos da Rosa da direção do Laboratório, assume a direção desse Órgão e o dirige até 1958 quando aposentou-se.
Em 1947, a convite do Governador do Estado, Dr. Walter [Jobim, assume a direção do antigo Departamento Estadual de Saúde, hoje Secretaria da Saúde e Meio Ambiente. Nesse período o Laboratório de Microbiologia e o de Química são transformados em Instituto de Pesquisas Biológicas – IPB – e é adquirido uma área de cerca de 10.000 m2 na Avenida Princesa Isabel para construção do novo que foi inaugurado em 1960.
Como médico dedicado à saúde pública, foi convidado pelo titular da cadeira de Higiene da Faculdade de Medicina, professor Fernando Freitas de Castro, para seu assistente. Poucos anos depois fazia concurso para livre-docente, sendo aprovado com notas bem elevadas. Mas pouco tempo depois, em 1937, com a instalação do chamado “Estado Novo”, que não permitia a acumulação de cargos, optou pela saúde pública, desligando-se da Faculdade de Medicina.
O Dr. Faillace não fumava [nem ingeria bebidas alcoólicas e por isso dirigiu todos os seus conhecimentos e sua cultura no combate a essas duas situações, seja através de palestras e conferências, seja através de entrevistas ou artigos nos principais órgãos de comunicação do nosso país.
O Dr. Faillace era casado com Dona Aracy Rego Faillace e teve três filhos – Raul, Renato e Roberto. Renato foi o único que escolheu a medicina como profissão.
Dotado de uma inteligência privilegiada, raciocínio rápido e conclusões lógicas, o Dr. Faillace foi fundador e presidente da Sociedade de Higiene do Rio Grande do Sul e dirigiu por vários anos a revista “Arquivos do Departamento Estadual de Saúde” que durante [muito tempo divulgou todas as atividades da saúde pública do nosso Estado.
Sua produção científica reúne mais de 30 trabalhos publicados nas mais importantes revistas técnicas do Brasil, destacando-se seus estudos sobre Lepra, BCG, Alcoolismo e Tabagismo.
Quando tinha que presentear alguém, sempre o fazia ofertando um livro – e sempre um bom livro.
Foi um dos pioneiros em nosso Estado na aplicação do BCG como agente imunizante contra a tuberculose, juntamente com o professor Manuel Pereira Filho. Isto determinou um estremecimento em suas relações. Mas anos depois se reconciliaram.
O Governo Federal e o Governo Estadual, em reconhecimento aos seus méritos, concederam ao Dr. Faillace os seguintes títulos, medalhas e condecorações: Oficial da Ordem do Mérito Médico pelos “notáveis e relevantes serviços prestados à Medicina e à Saúde Pública do Brasil” e “Grande Mérito” da Ordem do Mérito Médico do Serviço Público do Estado do Rio Grande do Sul.
O Dr. Faillace faleceu no dia 1º de agosto de 1975.