Moysés Alves de Menezes nasceu em Porto Alegre, aos três de abril de mil oitocentos e setenta e oito, filho de Manuel e Camila Alves de Menezes, ele imigrante português.
Formado em Farmácia e em Medicina, no Rio de Janeiro, em 1903, retornou, logo após, ao Rio Grande do Sul. Iniciou sua vida profissional na cidade de Estrela, interior do Estado, onde permaneceu por curto período, já que em 1906 foi nomeado Preparador da cadeira de Anatomia Descritiva da Faculdade de Medicina de Porto Alegre e, no ano seguinte, passou à Assistente da 1ª cadeira de Clínica Cirúrgica. Em 1908, por concurso, foi nomeado Professor Substituto da 1ª Seção de Anatomia Descritiva e, no mesmo ano, Professor Interino da cadeira de Clínica Obstétrica e Ginecológica. Em 1912, foi nomeado Professor Catedrático de Anatomia Descritiva, 1ª parte. Na Faculdade de Medicina de Porto Alegre, foi diretor do Instituto Anatômico Sarmento Leite, foi membro do Conselho Técnico Administrativo e participou de comissões diversas. Aposentou-se na Faculdade em dezembro de 1942. Na atividade profissional, fora da Faculdade, dedicou-se à cirurgia, ginecologia e obstetrícia. Na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, teve intensa atividade. Nesta instituição hospitalar, foi diretor interino e diretor efetivo de várias seções e enfermarias e diretor dos serviços sanitários, o equivalente ao de diretor clínico ou diretor geral, cargo que era ocupado sem remuneração. Na Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (ISCMPA), com Mario Totta, propugnou pela criação da maternidade.
Em 1921, influenciado pelos trabalhos do casal Curie na França, voltou-se para a oncologia. Estabeleceu por correspondência relacionamento com Madame Curie e, em 1925, com o financiamento de um familiar de paciente, adquiriu novo equipamento para aplicação de radium. Madame Curie pessoalmente forneceu o certificado com as características técnicas do equipamento.
Ao mesmo tempo, o Professor Menezes reivindicou e conseguiu que a ISCMPA criasse, no Hospital São Francisco, um serviço para atendimento de pacientes tanto “particulares” como “indigentes” destinado à oncologia, onde estes últimos receberiam aplicações e controle de seguimento, gratuitamente. Para isto, foi construída uma ala no Hospital, cuja obra o Professor Menezes pessoalmente acompanhou. O serviço constituiu-se no primeiro congênere da América do Sul, conforme recente pesquisa do Dr. Neiro Motta.
Por ocasião da 2ª Guerra Mundial, colaborou com o Professor Guerra Blessmann e outros em um curso de enfermagem da Cruz Vermelha. Puritano no português, cultor da língua, de caráter forte, era um grande argumentador. Uma síntese de sua vida profissional foi escrita por Archimedes Fortini no Correio do Povo.
O Professor Moysés de Menezes faleceu em 30 de dezembro de 1950, deixando a esposa Laura Guers, os filhos Helena, Wanda, Breno, Ruth e Ruben.
A Academia Sul —Rio-Grandense de Medicina, ao ser criada, prestou justa homenagem ao Professor Moysés Alves de Menezes, ao escolher o seu nome para Patrono de uma das cadeiras daquela entidade, a de número 52.
