O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição na qual os indivíduos apresentam deficiências na comunicação social, alterações comportamentais, comportamentos repetitivos, interesses restritos e desintegração sensorial.
Os sintomas se manifestam ao longo do desenvolvimento e perduram na vida adulta. Cada indivíduo com autismo tem seu próprio conjunto de manifestações, o que os torna únicos dentro do espectro e, ao mesmo tempo, a intensidade de cada sintoma é bastante variável.
Os sinais mais comuns do TEA são:
- Atraso na fala;
- Não responder quando chamado;
- Demonstração de desinteresse em relação a pessoas e objetos ao redor;
- Dificuldade de atenção compartilhada e reciprocidade;
- Dificuldade de se engajar em atividades/brincadeiras em grupo;
- Dificuldade de interpretar expressões faciais e códigos sociais;
- Dificuldade de elaborar frases;
- Sinceridade excessiva;
- Dificuldade e extremo esforço em interações sociais;
- Seletividade em relação a cheiro, sabor e textura de alimentos;
- Apresentação de movimentos repetitivos e incomuns;
- Demonstração de interesse muito intenso e restrito em assuntos específicos (muitas vezes considerados incomuns ou excêntricos);
- Intolerância à frustração e dificuldade de processar as próprias emoções;
- Hipo/hipersensibilidade sensorial (desintegração sensorial);
- Maior probabilidade de ter problemas gastrointestinais.
O diagnóstico é feito por clínicos experientes e não há nenhum exame de imagem ou genético, ou mesmo de testagem neuropsicológica, que possa fornecer o diagnóstico sem uma avaliação clínica cuidadosa.
O espectro autista muitas vezes é uma deficiência invisível que acarreta grandes desafios aos indivíduos portadores desta condição e aos seus familiares. A luta contra o preconceito, portanto, é de extrema importância.
O capacitismo é um tipo de preconceito que considera pessoas com deficiência inferiores, ou que tenta criar estereótipos. Por exemplo, a ideia de que pessoas com autismo são todas iguais, incapazes, sem empatia, ou dependentes, são exemplos de capacitismo.
Eventualmente, até o diagnóstico adequado pode ser prejudicado por “crenças capacitistas”. Felizmente, nos últimos anos, ampliou-se bastante o acesso à informação, de forma que pessoas que vivem com a condição possam compreender melhor suas próprias características e ter acesso ao diagnóstico. Muitos casos são identificáveis ainda na primeira infância, e é justamente o diagnóstico precoce que possibilita intervenções multidisciplinares capazes de apoiar o desenvolvimento.
O tratamento visa melhorar a qualidade de vida dos pacientes, tornando-os mais autônomos e adaptados à vida social. Em 2007, a Organização Mundial de Saúde definiu que o dia 02 de abril seria o Dia Mundial da Conscientização do Autismo.
E por que é importante conscientizar? Porque é importante trazer conhecimento, inclusão, empatia, oportunidade de tratamento e oportunidade de convívio respeitoso.
Artigo escrito pelo Acadêmico e psiquiatra Flávio Kapczinski.