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Abril Azul: Desvendando o Espectro Autista: Conscientização, desafios e luta contra o preconceito

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição na qual os indivíduos apresentam deficiências na comunicação social, alterações comportamentais, comportamentos repetitivos, interesses restritos e desintegração sensorial.

Os sintomas se manifestam ao longo do desenvolvimento e perduram na vida adulta. Cada indivíduo com autismo tem seu próprio conjunto de manifestações, o que os torna únicos dentro do espectro e, ao mesmo tempo, a intensidade de cada sintoma é bastante variável.

Os sinais mais comuns do TEA são:

  • Atraso na fala;
  • Não responder quando chamado;
  • Demonstração de desinteresse em relação a pessoas e objetos ao redor;
  • Dificuldade de atenção compartilhada e reciprocidade;
  • Dificuldade de se engajar em atividades/brincadeiras em grupo;
  • Dificuldade de interpretar expressões faciais e códigos sociais;
  • Dificuldade de elaborar frases;
  • Sinceridade excessiva;
  • Dificuldade e extremo esforço em interações sociais;
  • Seletividade em relação a cheiro, sabor e textura de alimentos;
  • Apresentação de movimentos repetitivos e incomuns;
  • Demonstração de interesse muito intenso e restrito em assuntos específicos (muitas vezes considerados incomuns ou excêntricos);
  • Intolerância à frustração e dificuldade de processar as próprias emoções;
  • Hipo/hipersensibilidade sensorial (desintegração sensorial);
  • Maior probabilidade de ter problemas gastrointestinais.

O diagnóstico é feito por clínicos experientes e não há nenhum exame de imagem ou genético, ou mesmo de testagem neuropsicológica, que possa fornecer o diagnóstico sem uma avaliação clínica cuidadosa.

O espectro autista muitas vezes é uma deficiência invisível que acarreta grandes desafios aos indivíduos portadores desta condição e aos seus familiares. A luta contra o preconceito, portanto, é de extrema importância.

O capacitismo é um tipo de preconceito que considera pessoas com deficiência inferiores, ou que tenta criar estereótipos. Por exemplo, a ideia de que pessoas com autismo são todas iguais, incapazes, sem empatia, ou dependentes, são exemplos de capacitismo.

Eventualmente, até o diagnóstico adequado pode ser prejudicado por “crenças capacitistas”. Felizmente, nos últimos anos, ampliou-se bastante o acesso à informação, de forma que pessoas que vivem com a condição possam compreender melhor suas próprias características e ter acesso ao diagnóstico. Muitos casos são identificáveis ainda na primeira infância, e é justamente o diagnóstico precoce que possibilita intervenções multidisciplinares capazes de apoiar o desenvolvimento.

O tratamento visa melhorar a qualidade de vida dos pacientes, tornando-os mais autônomos e adaptados à vida social. Em 2007, a Organização Mundial de Saúde definiu que o dia 02 de abril seria o Dia Mundial da Conscientização do Autismo.

E por que é importante conscientizar? Porque é importante trazer conhecimento, inclusão, empatia, oportunidade de tratamento e oportunidade de convívio respeitoso.

Artigo escrito pelo Acadêmico e psiquiatra Flávio Kapczinski.