O câncer de próstata (CaP) é o segundo tipo de câncer mais comumente diagnosticado em homens e a terceira causa de morte relacionada ao câncer masculino. Trata-se de um tumor raro em indivíduos com menos de 40 anos, mas muito mais frequente em idosos. O percentual de indivíduos que apresentam CaP está aumentando continuamente, particularmente devido à maior longevidade humana. Entretanto, a variação na frequência também depende das áreas geográficas e origens étnicas. Nos Estados Unidos, por exemplo, 83% dos homens acima de 85 anos apresentam CaP, enquanto no Japão esse índice é de 43%.
A mortalidade por CaP diminuiu na maioria das nações ocidentais, embora a magnitude da redução varie entre os países, sendo atribuída, em parte, ao diagnóstico mais precoce. O histórico familiar e a origem étnica estão associados a uma maior incidência de CaP, sugerindo uma predisposição genética. Homens de ascendência africana demonstram resultados mais desfavoráveis, devido a uma combinação de fatores biológicos, ambientais, sociais e de assistência médica adequada.
Considerando que o CaP inicial é assintomático, e visando a saúde e longevidade masculina, recomenda-se que todo homem a partir dos 50 anos realize exame físico (toque retal) e exame de sangue denominado PSA total e livre (antígeno prostático específico), mesmo que esteja saudável e assintomático. Homens afrodescendentes ou caucasianos cujo pai ou irmão teve CaP devem iniciar as avaliações médicas aos 45 anos de idade. Aqueles com pai e dois irmãos com CaP devem começar o acompanhamento aos 40 anos.
Hoje, dispomos de várias alternativas terapêuticas eficazes, menos invasivas do que há 10 anos e com significativa redução dos efeitos adversos. O notável progresso tecnológico na última década, tanto na área cirúrgica quanto nas opções radioterápicas, proporcionou maior eficiência terapêutica e melhor qualidade de vida para o paciente. Contudo, é essencial que o diagnóstico ocorra precocemente, ou seja, antes de haver metástases (progressão da doença para outras áreas do corpo). Não se deve aguardar o surgimento de alterações miccionais (retenção urinária, jato fino, etc.) para buscar avaliação urológica. Convém salientar que nem todo portador desta neoplasia necessita de tratamento; tumores menos agressivos podem ser acompanhados com exames mais frequentes (controle ativo).
Alguns fatores contribuem para a manutenção do alto índice de mortalidade entre esses indivíduos, incluindo tabagismo, obesidade e alcoolismo. Incentivar a detecção precoce da doença causa um impacto significativo em prol da cura e do bem-estar do homem.
Artigo escrito pelo Acadêmico e urologista Cláudio Telöken.