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Maio Vermelho: Profilaxia das Hepatites Virais

As hepatites virais são um problema de saúde pública global significativo devido à sua prevalência e potencial de complicações graves, como hepatite fulminante, hepatite crônica, cirrose e câncer de fígado.

A hepatite viral A é transmitida por água e alimentos contaminados, enquanto as hepatites B e C são transmitidas, principalmente, por contato com sangue infectado, outros fluidos corporais e instrumentos contaminados.

Medidas preventivas e profiláticas para cada tipo de hepatite

Hepatite A: A vacina contra a hepatite A é altamente eficaz na prevenção da infecção. A higiene pessoal é fundamental, lavar as mãos com água e sabão, frequentemente, especialmente após usar o banheiro e antes de manusear alimentos. Consumir água tratada e alimentos bem cozidos, especialmente ao viajar para áreas onde a hepatite A é endêmica.

A vacina contra a Hepatite A é importante tanto em zonas endêmicas quanto em zonas de baixa prevalência da doença. Em zonas endêmicas, onde a hepatite A é mais comum, a vacinação é fundamental para prevenir surtos e proteger a população, especialmente em áreas onde as condições sanitárias podem ser precárias. Em zonas de baixa prevalência, a vacinação ainda é importante para proteger as pessoas contra a doença, principalmente aqueles que viajam para áreas endêmicas, trabalham em profissões de risco (como profissionais da saúde) ou têm condições médicas que os tornam mais vulneráveis a complicações graves da hepatite A, como a hepatite fulminante.

Hepatite B: A vacina contra a hepatite B é a melhor forma de prevenir a infecção, mas práticas sexuais seguras com uso de preservativos durante todas as relações sexuais, não compartilhar seringas, agulhas ou outros objetos cortantes, incluindo instrumentos de manicure e tatuagem, são medidas fundamentais, assim como precauções médicas para garantir que todos os instrumentos médicos sejam esterilizados e se evitem o contato com o sangue ou fluidos corporais de outras pessoas.

A vacina contra a hepatite B desempenha um papel crucial na prevenção do câncer de fígado pois essa hepatite é um dos principais fatores de risco para o seu desenvolvimento. A vacinação previne a infecção pelo vírus, reduzindo assim o risco de desenvolver hepatite crônica, cirrose hepática e câncer de fígado associado. A vacinação na infância pode prevenir a infecção em uma idade jovem, reduzindo o risco de desenvolver hepatite crônica, que é um fator de risco importante para o desenvolvimento de câncer de fígado a longo prazo. Ao vacinar uma grande parte da população é possível interromper a transmissão do vírus e reduzir a incidência de novas infecções e casos futuros de câncer de fígado.

Portanto, a vacina contra a hepatite B desempenha um papel fundamental na prevenção do câncer de fígado, ajudando a reduzir a carga global da doença e a proteger a saúde pública

Hepatite C: Garantir que todos os instrumentos médicos sejam esterilizados adequadamente e evitar o contato com o sangue ou fluidos corporais de outras pessoas. Evitar o compartilhamento de seringas, agulhas ou outros objetos cortantes, incluindo instrumentos de manicure e tatuagem. Fazer testes para detectar a hepatite C se estiver em um grupo de risco e buscar tratamento adequado, se necessário.

Atualmente, não existe uma vacina disponível para a hepatite C, pois o vírus é muito complexo, altamente variável, possui diferentes genótipos, o que torna o desenvolvimento de uma vacina desafiador. Essa variabilidade genética dificulta a criação de uma vacina que seja eficaz contra todas as cepas do vírus. A falta de um modelo animal adequado, até recentemente, que reproduza a infecção pelo vírus C, dificulta os estudos pré-clínicos necessários para o desenvolvimento de uma vacina. O vírus C provoca resposta imune inadequada, mesmo nas pessoas que se recuperam de uma infecção pelo VHC, resposta essa nem sempre eficaz na prevenção de uma nova infecção, o que torna desafiador o desenvolvimento de uma vacina que induza uma resposta imune protetora. Há pesquisas em andamento que devem possibilitar a melhor compreensão da biologia do vírus e levem ao desenvolvimento de uma vacina eficaz, no futuro.

Em resumo, as vacinas contra as hepatites A e B são cruciais em qualquer contexto para prevenir a disseminação da doença e proteger a saúde pública.

Artigo escrito pelo gastroenterologista e Acadêmico Cláudio Augusto Marroni.